segunda-feira, 24 de junho de 2013

Engajamento: Vivencie para saber


Pesquisas em educação comprovam que somente 10% daquilo que estudantes adultos escutam em uma aula estará retido na memória após 72 horas. Já, esses mesmos alunos fixarão 85% do que ouvem, veem e fazem após igual período. Esse resultado deveria direcionar os educadores para que o “fazer” e o “envolver” estejam mais presentes nas propostas educacionais.

Por isso, não basta apenas o envolvimento do ser humano na esfera do “pensar”, através de estímulos lógicos e racionais. É necessário, também, o envolvimento na esfera do “sentir”, proporcionando estímulos interiores e emocionais. Dessa forma, o “sentir” estimula o “querer”, transformando em vontade e ação.

É sabido por todos, da insuficiência de nosso modelo educacional e familiar, que, combinados à fragilidade de nossas políticas públicas para a juventude, geram um vazio na atenção aos jovens brasileiros. Isso, em última análise, acarreta em aumento da vulnerabilidade de nossas crianças e adolescentes frente a fatores negativos, a exemplo do consumo de drogas, prostituição e criminalidade em geral.

Há poucos anos, o papel das instituições era decisivo para estabelecer o modelo de código de ética e moralidade a ser seguido por uma maioria. Além disso, a sociedade sabia distinguir o certo do errado. Modelos não faltavam de código moral, cívico e ético, nas igrejas, escolas, famílias, forças armadas, escotismo e outros mais, que balizavam os comportamentos grupais. Hoje, com a descrença crescente nas instituições, desprezam-se os valores e os códigos de conduta delas e, parece, busca-se criar um padrão ético individual, altamente frágil e falível. O típico e egoísta estilo “salve-se quem puder”.

Contudo, a intenção aqui não é fazer juízo de valor sobre esses pilares sociais, mas levantar a seguinte questão: se abandonamos o padrão moral destas instituições, hoje, formaremos nosso código de ética individual a partir de quê? Da mídia? De discursos partidários? De redes sociais? De marketing? Pois é, sem dúvida, vivemos um momento delicado.

Diante desse frágil cenário, gestores e técnicos do Senac em Sergipe, desenvolveram uma metodologia de como ofertar aos alunos um programa de apoio educacional que se propõe a ir bem além da obrigação curricular e do cumprimento legal da Educação Profissional. Trata-se da Plataforma de Engajamento – Senac Pleno, programa que nasce inspirado nos bons resultados de dezenas de projetos transversais realizados nos últimos quatro anos, que proporcionaram aos alunos exercitar práticas de convivência no trabalho e no desenvolvimento coletivo de projetos criativos. Assim, além da formação obrigatória, o Senac oferece vivências em atividades desafiadoras que fortalecem a cultura da cooperação, o empreendedorismo, a empregabilidade, a cidadania, a inovação, a imagem pessoal, a rede de relacionamentos, a saúde, o reforço escolar e o acesso ao trabalho formal, entre várias outras.

Essa metodologia, inteiramente desenvolvida aqui, permite o registro, a métrica, a avaliação e a geração de gráficos correspondentes à atuação dos projetos pedagógicos nos seguintes arcos: Conhecimentos (Aprender a Aprender), Habilidades (Aprender a Fazer) e Atitudes (Aprender a Conviver), unindo parâmetros formadores das competências aos pilares da Unesco para a educação no século XXI.

Esse “algo mais” já distingue o egresso do Senac no ambiente de trabalho dele, posto que, nele, intenciona-se qualificar pessoas para que estejam fora da curva (infeliz), presente nos gráficos, a indicar que mais de 80% das demissões nas empresas decorrem de problemas comportamentais.

A Plataforma de Engajamento – Senac Pleno, corresponde ao inquestionável compromisso da instituição com o aluno, fazendo da educação uma oportunidade dele experienciar a construção da própria personalidade a partir de fontes saudáveis, éticas e até inesquecíveis. Uma proposta de educação viva e coletiva, já que aprendem intensamente todos que dela participam. Na dúvida, vivencie para saber!  


Publicado no jornal Cinform em 24/06/2013 - Caderno Emprego
           Publicado na revista Tecnologia da Informação & Negócios nº13/2013

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